#Afonso – Episódio 4: Sem dizer adeus…

#Afonso – Episódio 4: Sem dizer adeus…

Naquela noite, a Margarida fechou-lhe a porta, sem vontade de jogar, driblando um debate aguçado para outra ocasião, para um desses outros momentos em que a paixão não se deixe sufocar suavemente pela mordaça que lhe teimamos impor! Lembrou-se, por instantes, de quando ficavam mudos, cúmplices de um sereno pecado, cúmplices de uma intimidade que não ousariam ter, diziam, por muito que impulsivamente quisessem. Ela tocava-lhe ao de leve, sem respirar, cravando depois o desejo num arrepio (que sempre achou genuíno). Foram jogadas ensaiadas que lhe devoraram o querer ter Afonso consigo, mesmo que nem pela metade fosse! Nunca foi de horários limitados, daqueles que só servem a paixão que surge e se evapora ainda na escuridão! Nunca foi de esperar pela hora do recolher, de castigar uma vida que tem tantas horas… tantas em que podia cravar aquele desejo. E, por isso, foram os dois assim sem mais nem menos, sem dizer adeus, quem sabe estilo até depois.

Adaptado do meu projeto anterior – Fomos, assim sem mais nem menos, sem dizer adeus…

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