#Despedidas: Não deixes que apaguem a luz (parte 1)

#Despedidas: Não deixes que apaguem a luz (parte 1)

Nestes últimos meses, arrastei a vida num relvado sem verde, numa inútil tentativa de ganhar esta batalha e matar a doença. Arrastei os pés, um depois do outro, como se estivesse a aprender a andar mas me faltassem as forças e fosse levado pela corrente, quase que contra a vontade, adiando o inevitável.

Tento fugir ao juizo final. Não quero cerimónias, nem choros, nem dor.

Tento fugir às despedidas, não por medo, mas porque há tanto que ainda não vivi, tanto que não deixei feito… Não levei a minha filha ao altar; não peguei nos meus netos, como se de cristal fossem feitos; não abracei o quanto precisava; porque quiçá não amei sequer o suficiente para que tivesse uma filha de um amor que amei ainda pouco.

Feitas as contas, não vivi metade do que queria viver e, por isso, teimo em não me despedir e tento fugir. Tento fugir do fim, porque ainda não fiz as pazes com a vida…

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